24 de abril de 2010

Um mínimo sobre Leminski

Paulo Leminski, curtibano (1944-1989).

Nunca fui fã de poesia. Aliás, nunca gostei mesmo, nunca tive paciência, nunca me chamou a atenção. Talvez pela poesia ser associada ao romantismo, ou pelo menos para mim sempre foi - isso sim deve ser culpa de algum professor de literatura da época da escola. Digo que sempre me pareceu associada ao romantismo porque sempre tive a imagem dos poetas como seres terrivelmente apaixonados, que vivem a sofrer pelo amor impossível e por isso escrevem versos e mais versos sobre a dor e a tristeza ou, ao contrário, sobre as imensas belezas da vida quando sua paixão está por perto. Como romantismo nunca foi meu forte, acho que acabei criando uma restrição com esse gênero. Também nunca gostei das longas poesias, lotadas de versos e estrofes que pareciam intermináveis.
Entretanto, com o passar dos tempos, descobri - algo que parece óbvio para a maioria dos letrados - que existem grandes poetas que falam sobre diversas outras coisas e usam e abusam da inteligência, de ironias e sarcamos, que falam do cotidiano, da vida, do mundo, de amigos, enfim, de qualquer assunto que não seja necessariamente ligado ao extremo sofrimento ou à extrema alegria de um amor (mal resolvido ou não). Meu conhecimento sobre poetas é bastante limitado, mas gosto muito de dois: Bertold Brecht e Paulo Leminski. 
Hoje vou deixar indicações relativas ao meu conterrâneo, filho de pai polonês e mãe negra, - e achei isso interessante pela raridade do fato - já que meu conhecimento sobre sua vida e sua obra não tem nenhuma conclusão minha propriamente minha, logo, se eu fosse escrever sobre ele seria apenas uma repetição  do que outros já fizeram sem acrescentar nada. Primeiro, vou postar a poesia dele que mais gosto, depois vou colocar alguns links que falam sobre sua vida e sua obra.

Profissão de Febre



Quando chove, eu chovo,

faz sol, eu faço,

de noite, anoiteço,

tem deus, eu rezo,

não tem, esqueço,

chove de novo, de novo, chovo,

assobio no vento, daqui me vejo,

lá vou eu, gesto no movimento

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