28 de abril de 2010

O mundo não se acabou

O mundo não se acabou - Assis Valente


No último post mostrei a música do Paulinho Moska, O Último Dia, na qual o compositor levanta alguma hipóteses sobre o que se faria se o mundo fosse acabar. Com um tom mais humorístico, Assis Valente também cantou o fim do mundo, ou pelo menos um dia que ele imaginava que o mundo acabaria e não acabou.
A música original é de 1938 e fala sobre um carioca que resolveu aproveitar a vida crente que o mundo acabaria. Bom, obviamente ele não acabou e ele se deu mal. Uma versão bem bacana dessa música fio feita por Ney Matogrosso, no disco Batuque. Nele, o cantor regravou diversos sambas antigos, antigos mesmo, décadas de 20, 30 e 40 - recomendadíssimo. Essa mesma música já foi regravada também pela Paula Toller e pela Adriana Calcanhoto.
Não conheço nada de Assis Valente, o compositor, fora essa música, estou até interessado e vou dar uma procurada. Abaixo, a letra:

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei na boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
E o tal do mundo não se acabou
Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de quinhentão
Agora eu soube que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
Vai ter barulho e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou
Obs 2: mais sobre Assis Valente em http://www.mpbnet.com.br/musicos/assis.valente/

27 de abril de 2010

O último dia

Paulinho Moska - O Último Dia

Não tenho muita noção de que tempo é essa música, nem em que período Paulinho Moska fez um rápido sucesso na mídia brasileira. Lembro que ele tinha algumas boas músicas - como esta que falo hoje, o Alvo e a Seta e Pensando em Você, mas também não sei o motivo de seu desaparecimento. Acredito que tudo tenha acontecido lá por meados dos anos 90, talvez entre 1995 e 1999, mas sem certeza. 
De qualquer forma, essa música que vou postar abaixo traz um pensamento que acho muito bacana: e se você soubesse, com toda a certeza, que o mundo iria acabar em um determinado dia, em uma determinada hora, o que você faria? Na verdade, acho que não há como prever uma resposta, mas imagino que tudo seria tomado pelo caos e pela insanidade. Seria gente brigando, se beijando, se declarando, correndo, chorando, enfim,  catastrófico. Seria interessante ter sangue frio para sentar a observar a situação, mas aí quem saíria perdendo é você, que não estaria aproveitando o fim do mundo. Segue a letra:


Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria

Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia


Corria prum shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia


Andava pelado na chuva
Corria no meio da rua
Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha


Abria a porta do hospício
Trancava a da delegacia
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria

Obs: entre todas as estrofes ele repeta a parte do "meu amor, o que você faria?" e como repetição fica muito melhor na versão cantada, retirei.
Obs 2: a foto eu retirei de https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicLZOVxTQ_nWVZyRXToEKTofSKWX9a5A-qmk67Icfl8iyYJD2_Khz3p1-7ZsXrJ9CEBjcGxDwblUzB6iH0gua0Rz-TeyVOQQnWSGDYKC7oAC8BcrptOZLKGCzU7VQRUT62znRRqFPgsUhS/s400/fim+do+mundo.jpg
Obs 3: a letra foi retirada do www.letras.terra.com.br

24 de abril de 2010

Um mínimo sobre Leminski

Paulo Leminski, curtibano (1944-1989).

Nunca fui fã de poesia. Aliás, nunca gostei mesmo, nunca tive paciência, nunca me chamou a atenção. Talvez pela poesia ser associada ao romantismo, ou pelo menos para mim sempre foi - isso sim deve ser culpa de algum professor de literatura da época da escola. Digo que sempre me pareceu associada ao romantismo porque sempre tive a imagem dos poetas como seres terrivelmente apaixonados, que vivem a sofrer pelo amor impossível e por isso escrevem versos e mais versos sobre a dor e a tristeza ou, ao contrário, sobre as imensas belezas da vida quando sua paixão está por perto. Como romantismo nunca foi meu forte, acho que acabei criando uma restrição com esse gênero. Também nunca gostei das longas poesias, lotadas de versos e estrofes que pareciam intermináveis.
Entretanto, com o passar dos tempos, descobri - algo que parece óbvio para a maioria dos letrados - que existem grandes poetas que falam sobre diversas outras coisas e usam e abusam da inteligência, de ironias e sarcamos, que falam do cotidiano, da vida, do mundo, de amigos, enfim, de qualquer assunto que não seja necessariamente ligado ao extremo sofrimento ou à extrema alegria de um amor (mal resolvido ou não). Meu conhecimento sobre poetas é bastante limitado, mas gosto muito de dois: Bertold Brecht e Paulo Leminski. 
Hoje vou deixar indicações relativas ao meu conterrâneo, filho de pai polonês e mãe negra, - e achei isso interessante pela raridade do fato - já que meu conhecimento sobre sua vida e sua obra não tem nenhuma conclusão minha propriamente minha, logo, se eu fosse escrever sobre ele seria apenas uma repetição  do que outros já fizeram sem acrescentar nada. Primeiro, vou postar a poesia dele que mais gosto, depois vou colocar alguns links que falam sobre sua vida e sua obra.

Profissão de Febre



Quando chove, eu chovo,

faz sol, eu faço,

de noite, anoiteço,

tem deus, eu rezo,

não tem, esqueço,

chove de novo, de novo, chovo,

assobio no vento, daqui me vejo,

lá vou eu, gesto no movimento

22 de abril de 2010

Invictus

Invictus - com Morgan Freeman e Matt Damon; direção de Clint Eastwood. 2009, 133 minutos.

Esses dias eu havia postado no Twitter que estava com vontade de ver um bom filme. Terça dei uma passada no cinema, com minha namorada só para conferir se haveria algum filme naquele momento e, veja só, Invictus estava de volta a um horário descente, ao contrário dos meses que ficou em exibição apenas à noite. Como já estávamos curiosos para assistir, fomos.
A ideia principal é mostrar como Nelson Mandela enxergou na Copa do Mundo de Rugby, realizada na África do Sul em 1995, a possibilidade de começar a unificação dos sulafricanos, que viviam - e ainda vivem em menor proporção - os efeitos do regime do Apartheid que segregou brancos e negros por décadas. 
As interpretaçoes de Damon e Freeman foram ótimas. Apesar do primeiro ter tido um papel menor na trama, quando aparece, não decepciona. O segundo, em compensação atuou de uma forma irrepreensível. Mais chocante ainda é conhecer um pouco melhor o próprio Mandela e tentar realmente entender como um homem conseguiu enxergar as coisas que ele enxergou, pensar como ele pensou e, principalmente - como é dito no filme, perdoar o que ele perdoou.
Apesar do forte apelo emocional, o filme não foi feito para exaltar o ex-presidente sulafricano. Acho que o foco, ou um dos focos, foi como um esporte por unir um país. O rugby era considerado esporte dos brancos, opressores e as cores da seleção, o verde e ouro, as cores do Apartheid. Passando por cima de tudo isso com atitudes fanstásticas, o presidente e a seleção fizeram o impensável: conseguiram que o país todo torcesse pelo seu selecionado, no primeiro gesto de superação de um regime tão traumático. Melhor ainda foi o resultado final do mundial, no qual a África do Sul, pouco acreditada, conseguiu superar  os adversários, inclusive a favoritíssima Nova Zelândia na final.
Não acredito que valha a pena contar algumas cenas, pois poderia estragar boas surpresas que o filme trás. Apesar do tema tão sério e algumas situações pesadas, a trama é leve e as duas horas e pouco nem são sentidas. Para acabar, vou postar o poema escrito por William Ernest Henley em  1875 (e publicado em 1888) que dá nome ao filme e que, segundo o mesmo, Mandela usou como apoio espiritual durante os 27 anos que ficou preso.

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.


Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.


It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.


Tradução:


Noite à fora que me cobre
Negra como um breu de ponta a ponta,
Eu agradeço, a quem forem os deuses
Por minha alma incansável.

Nas cruéis garras da circunstância
Eu não fiz cara feia ou sequer gritei.
Sob as pauladas da sorte
Minha cabeça está sangrenta, mas não rebaixada.                 

Além deste lugar de raiva e lágrimas
É iminente o horror da escuridão,
E ainda o avançar dos anos
Encontra, e me encontrará, sem medo.

Não importa o quão estreito seja o portão,
O quão carregado com castigos esteja o pergaminho,
Eu sou o mestre de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma.

Essa tradução foi copiada de: http://www.mariaaugusta.com.br/2010/02/11/nelson-mandela-invictus/

19 de abril de 2010

Boas oportunidades para o silêncio

Ontem, mais uma vez, o Coritiba foi campeão paranaense. Hoje, lamentavelmente, vi vários torcedores do Atlético perderem boas oportunidades de ficarem em silêncio. Isso não vale para os que tiveram espírito para retribuir as provocações, o que muitos fizeram de maneira bem humorada e inteligente. Isso vale para os que são tão cretinos que, ou não sabem se expressar, ou não possuem inteligência mesmo.
Primeiro: apesar do Campeonato Paranaense estar a cada ano com um nível técnico pior, os times do interior cada vez se assemelhando aos times de suburbana da capital e o Paraná Clube ter praticamente desaparecido nos últimos dez anos, ganhar o Parnaense é sempre bom e sempre sinônimo de festa. Se não fosse assim, Couto Pereira e Baixada não encheriam como encheram nesses anos todos em que o título foi decidido por Coritiba e Atlético. Então, certas desqualificações são realmente desnecessárias
Segundo: brincar e tirar sarro faz parte do futebol. Você só pode reclamar de ser alvo de brincadeiras se você jamais brincou com algum torcedor do time adversário. Se não é o caso, leve numa boa, amanhã provavelmente é você quem vai estar tirando sarro. Agressividade e mau humor só provam ignorância.
Terceiro: seu time perdeu? Está emputecido? Vá dormir, não vá ao Orkut, ao Twitter ou a qualquer blog escrever um monte de besteiras que só representam dor de cotovelo. Desqualificar estádio e torcida adversária não torna o seu time campeão, nem te torna mais bonito. Culpe o técnico, a diretoria e a falta de qualidade do elenco.
Quarto: ao contrário do que muitos falam, a torcida do Coritiba não tem comparecido ao estádio pelo desgaste emocional do fim do ano, pela queda para a segunda divisão e pela desconfiança - óbvia - em relação ao time. O jogo de ontem podia ser muito bom - como foi - ou catastrófico. Perder representaria jogar no lixo um campeonado que foi liderado do começo ao fim, representaria ser vice dentro de casa - coisa que o Coritiba não experimenta há tempos, e representaria o retorno de todo o caos que foi o início do ano. Tudo isso, aliado ao preço alto do ingresso diminuiu o público - e isso provavelmente aconteceria com qualquer torcida. Falar que os torcedores estavam com medo, que a torcida está encolhendo ou que a falta de público em 2010 é pela violência e invasão de campo em 2009 é ser idiota.
Quinto: é fato que o Atlético está na primeira e o Coritiba na segunda divisão e que ganhar o Paranaense não muda isso. Ganhar o regional não era obrigação do Coritiba, era do Atlético, e isso foi revertido. O Coritiba liderou do começo ao fim e foi campeão com toda a justiça futebolística do mundo. Feio/vergonhoso é ficar atrás do maior rival que está na segundona. Ter ganho o título representou, além do aumento na vantagem na contagem de títulos estaduais, a manutenção de um tabu de dois anos sem perder para o maior rival, o que qualquer torcida gosta de comemorar.
Portanto, se você desmereceu um título que você comemoraria se tivesse ganho, você está frustrado e não soube se comportar - ou por destempero causado pelo fanatismo ou por falta de insteligência mesmo, se é que não são sinônimos. No futebol, perder muito mais comum do que ganhar e isso vale para qualquer time no mundo. Perder é chato, mas não é anormal. Da próxima vez, conforme-se e fique em silêncio, é mais respeitoso com os que escutam/leem suas babaquices.
Hoje, quem é melhor é o Coritiba, que ganhou em campo e sem nenhum tipo de contestação possível, fato.

Obs 1: interessante que meus alunos de 11, 12 e 13 anos não tiveram nenhum dos comportamentos acima e se mostraram muito mais inteligentes do que pessoas com mais de 20.
Obs 2: baita espírito esportivo teve um amigo do trabalho, atleticano roxo, que chegou às 07:00h brincando com professores e alunos.

15 de abril de 2010

As mulheres e o futebol

Falar de mulher e futebol ao mesmo tempo não é fácil, principalmente pelo enorme risco que se corre de ser chamado de machista. Na verdade, se você não tiver o discurso da tv - "mulheres no estádio são a coisa mais fantástica do mundo" - você é machista, pronto, simples assim. De qualquer forma, acho que algumas observações podem ser feitas, e eu sempre procuro reparar bastante em mulheres que falam e falam e falam sobre futebol. Notei, ao longo do tempo, que a maioria delas possui algo em comum, o que sempre me chamou e me chama a atenção.
Quando eu era criança, lá nos anos 90, e ia ao estádio, a ampla maioria - esmagadora mesmo - era de homens, indiscutivelmente. Quando aparecia uma menina, o que se ouvia era uma quantidade absurda de referências pouco educadas tanto para ela  (de "gostosa" pra frente, se fosse bonita, de "gorda" pra frente se não fosse) quanto para seu acompanhante ("sócio" e "corno" eram os nomes campeõpes de audiência). Isso devia acontecer, primeiro, pela própria "cultura" brasileira de que futebol e estádios eram coisas de homem e, em segundo, pelo contexto de violência que se via nos estádios até meados daquela década (não que hoje as coisas estejam lá muito melhores, mas acredito realmente que evoluíram UM POUCO).
Da metade da década pra frente, mas principalmente mais para o final dos anos 90 e começo dos 2000, esse panorama começou a mudar, e mudou muito rápido, acredito que motivado por uma campanha muito forte da televisão.
Bom, agora minhas observações: quando uma mulher gosta de futebol, quando ela torce, ela TORCE mesmo, com sérias propensões ao fanatismo - mesmo que tente disfarçar. Isso é interessante e eu realmente não sei explicar o motivo. Raramente você vê uma que vai ao jogo só por ir, só pra acompanhar pai, irmão, namorado. Elas vão e quase morrem no estádio, o que é bem divertido - e às vezes reponsável por uma gritaria ensurdecedora.
Isso causa um efeito que eu acho bem chato: a necessidade quase patológica que a maioria delas tem de provar insistentemente que entende de futebol, do jogo, da dinâmica. O básico é afirmar que sabe o que é impedimento - o que qualquer retardado que vá meia dúzia de vezes ao estádio entende, pelamordedeus. Mas, além disso, a afirmação através de análises futebolístiscas - não sei porque - feitas como se fossem comentaristas de televisão, como se falassem com a câmera - difícil de explicar, mas usando expressões tipo "o técnico devia ter posto fulano na posição tal e deixado o cara fazer o que sabe".
Interessante também, e acho que por essa paixão, é a quantidade de acessórios do time que elas conseguem ter. Ainda mais nos últimos anos, com o grande investimento dos clubes em roupas e acessórios femininos.
Por último, acho que ainda há uma diferença fundamental entre homens e mulheres quando se trata de futebol: a maioria dos homens olha para o mundo futebolístico como algo amplo e, muitas vezes, a ser admirado. Como assim? É só notar que os homens acompanham com muita frequência diferentes campeonatos, nacionais ou estrangeiros, diferentes jogadores e conversam demasiadamente sobre o chamado Mundo da Bola, param pra ver todo tipo de documentários, especiais, filmes e reportagens sobre futebol. E não precisa nem dizer o quanto contam os meses, semanas e dias para a Copa. Mais do que torcer pela seleção - e é o único momento de torcida realmente, já que nos outros campeonatos costumamos torcer depois das quartas de final e ainda debochar se der algo inesperado - a Copa representa o ápice dos bons jogos, os melhores jogadores reunidos, enfim, futebolisticamente falando, tudo de bom.
Curiosamente, boa parte das mulheres gosta da Copa pelo evento em si - reuniões, churrascos, folga no trabalho/estágio/faculdade, não necessariamente pelos jogos. Já vi muitas comentando que não estão nem aí para a seleção e que a parte chata é que os jogos dos times são paralisados. 
Acho mei difícil entender isso e, em alguns casos, isso até me irrita. O futebol é bem mais do que o seu time, seu estádio. Enfim, continuarei observando, com olhos machistas ou não.

13 de abril de 2010

Wezzer - nerds e simpáticos

 
 
Weezer, a banda nerds.

Conheci a banda por acidente, lá por 2002, vendo MTV, quando essa emissora ainda passava clips e seu nome fazia sentido. Se não me engano, assisti um clipe de Hash Pipe, bem comédia, no qual aparecem lutadores de sumô, tanto lutando, quanto tocando no lugar dos caras. 
O som agradou, e como na época eu tinha acabado de comprar computador e nem sabia nada sobre baixar músicas ou cd´s, fui atrás do cd pra comprar. Como era importado e alternativo, não tinha em lojas "convencionais", digamos. Por isso, custou bem caro e só tinha na Barulho, que ficava lá no Omar - loja dedicada a todo tipo de música (e gente) alternativa e esquisita, mas muito legal (as músicas).
Na verdade eu achava que era um dos únicos seres que gostava dessa banda, já que dos meus conhecidos mais próximos ninguém nunca tinha ouvido falar. Na faculdade, algumas pessoas conheciam e gostavam, mas isso me assustava/desagradava um pouco, já que quem curtia o som era aquele povo pseudoalternativo com All Star vermelho, óculos com aros pretos que circundam as lentes, cabelos meio lambidos e malas cheias de bottons (broches, sei lá).
Algumas coisas chamam a atenção: primeiro, o visual dos sujeitos, meio com cara de loosers, ou com cara de piás americanos que sofrem na escola. Segundo, a criatividade, ou falta desta, nas capas dos álbuns - dos sete, três são muito semelhantes, alterando apenas a cor do fundo e, não à toa são chamados de red album green album e blue album - meio tosco, fazer o que.
Esses tempos estava lendo uns sites que classificaram o som como Indie rock. Não acho que essas classificações são necessárias ou inteligentes, mas já que disseram por aí e não tenho argumentos para debater, fica nessa mesmo. De qualquer forma, eles são bem humorados, pelo menos por alguns vídeos que já vi, tentam jogar futebol em alguns, entrevistas legais em outros. 
Acho bem legal o fato do vocalista, Rivers Cuomo, ter parado com a banda por um tempo para concluir sua graduação em Letras, em Harvard - cdf dos infernos, mas admirável.
Abaixo, três exemplos de músicas deles. As duas primeiras, do álbum verde - Don´t let go e Photograph  -e a terceira - Dope Nose - do Maladroit:




Como outras recomendações, ficam Hash Pipe, My Name is Jonas e Bervely Hills.
Observação: não consegui diagramar a imagem para que o texto começasse ao lado, droga!

6 de abril de 2010

Como fazer besteira no seu blog

Cá estou eu para reportar a idiotice de hoje à tarde. Como qualquer ser humano não cego e não daltônico pode observar, o layout deste blog não é mais o mesmo. Não que antes fosse bonito, mas estava bem melhor.
Não sei explicar em qual maldita configuração eu mexi, mas ele mudou. Consegui achar novamente o layout, mas as cores e as opções da barra lateral não estão mais disponíveis.

Enfim, vai ficar toscão assim até que surja um novo layout bem bacana, que, aliás, segundo o que me disseram, um dia chega!

4 de abril de 2010

Bad Religion - The Process of Belief

Bad Religion - The Process of Belief (2002)

Esse cd é recomendadíssimo pra quem gosta de música alta e rápida.
O álbum parece uma virada na história da banda. Os caras já estavam na estrada desde 1980 e, com algumas mudanças na formação, mantinham-se como uma das principais bandas do cenário punk. O bad Religion lança, em média, um cd a cada dois anos, ou quase isso.
Em 1996, tinham lançado uma coletânea ao vivo, Tested (muito bom também!), com os maiores suscessos até então e algumas inéditas, além do bom The Gray Race. Em 1998, lençaram No Substance, que é bacana, nada mais do que isso. Apesar das letras inteligentes, a batida já parecia diferente, sei lá, "menos punk", digamos assim. Nada tão acelerado e nenhuma músca emplacou, nenhuma virou clássica, digamos assim. Foi um álbum que ninguém sente falta, não tocam nenhuma música em shows nem nada. Em 2000 lançaram New America, que acabou vindo na mesma linha do No Substance. Na verdade, um pouco pior ainda. O disco estava há anos-luz dos bons tempos do Bad Religion. Assim como o antecessor, nenhuma música emplacou, muitos "heys" no meio dos backings, letras com uma criticidade menor, enfim, acho que nem eles mesmos curtiram. O último grande álbum havia sido Stranger Than Fiction, de 1994, ou seja, 6 anos sem uma produção FODA.
Em 2002 parece que surgiu uma luz no fim do túnel. Primeiro, o baterista Bobby Schayer sentiu dores crônicas no ombro (parece fala de médico de jogador de futebol, credo!) e caiu fora. Penso que isso foi realmente bom. Apesar do cara ser um gordinho com cara de gente fina, parecia que tocava todas as músicas da mesma forma. No seu lugar entrou o hiperativo senhor Brooks Wackerman, que já tinha tocado no Suicidal Tendencies e no The Vandals. Hiperativo mesmo, o cara não para, cada música tem três milhões de batidas, pelo menos. Para a coisa melhorar de vez, Brett Gurewitz, ou Mr. Brett, voltou a gravar/tocar com a banda. Ele foi um dos fundadores e estava afastado desde 1996. Com a sua volta, a sonoridade mudou, assim como as letras, feitas em parceria com o vocalista Greg Graffin. Eles já haviam composto as músicas mais clássicas do Bad Relgion nos primeiros 16 anos da banda. Se não me engano ele ainda toca, mas só nos show próximos à Los Angeles e em especiais para tv ou dvd. De qualquer forma, esteve presente nos três últimos discos, muito bons. Agora, a banda tinha um baterista novo e três guitarristas.
Com esses dois reforços, novas letras e uma nova sonoridade, o Bad Religion lançou The Process fo Belief. As críticas foram mais do que positivas e os fãs que estavam meio putos com os dois lançamentos anteriores voltaram a elogiar e adorar. O que se ouvia de mais comum era que a banda tinha "voltado às origens" - letras com engajamento social e que abordavam diversas questões - do tratado de Kyoto ao ateísmo e uma melodia mais rápida, mais agressiva do que havia feito nos anos anteriores.
As três primeiras músicas - Supersonic, Prove it e Can´t stop duram, juntas, cerca de 4 minutos. As outras 11, embora levemente mais longas, tem a mesma pegada, talvez com excessão de Broken e Sorrow, um pouco mais devagares. Destined fo nothing, Materialist, Evangeline, Kyoto now seguem a linha das três primeiras. Epiphany, The defense, The lie, You don´t belong e Bored and extremely dangenous são interessantíssimas - nem tão aceleradas e extremamente inteligentes, com uma das marcas registradas da banda: backings feitos por 3 ou 4 integrantes, como se fossem cantos no fundo da música.

Aqui, o link para baixar (créditos para a comunidade Discografia - a original, postado originalmente por Spokesman e repostadopelos moderadores): 4shared.com/file/87922658/c75f6da8/Bad_Religion_-_2002_-_The_Process_of_Believe.html