27 de fevereiro de 2010

A hipocrisia popular

Qualquer pessoa que já assistiu uma eliminação no Big Brother e prestou atenção no discurso feito por Pedro Bial pode pensar o seguinte: de que maneira o BBB reflete o comportamente de uma parte dos brasileiros? Na verdade, de várias, mas uma me chama a atenção em especial: a cobrança por uma chamada boa conduta dos sujeitos que estão dentro da casa.
Francamente, nada mais hipócrita do que isso, mesmo. Nada contra assistir o programa, falar sobre ele e até mandar um ou outro voto. O que é bizarro é que tem gente que fica indignado porque "o fulano lá dentro foi fofoqueiro", ou desonesto, ou preconceituoso, ou não ajudou na arrumação, ou estava ficando com um(a) e pegou outro(a), enfim, vários juízos de valor que, de maneira geral, são bem furados.
Dar esse poder de decisão e interferência ao telespectador, gera esse julgamento de boa conduta. Todo mundo que vota por qualquer um desses motivos listados (e mais vários outros poderiam ser ditos) pressupõe que não faz nada dessas coisas. Não que as pessoas sejam um poço de ruindade, longe disso, mas ao votar e ao discutir as atitudes alheias, você julga o outro como se você fosse perfeito, com um baita moral e uma reputação indiscutível e um exemplo de honestidade.
Qualquer pessoa normal comete pequenas desonestidades, tem alguns conceitos pré-estabelecidos, já fez uma fofoca e, principalmente, já fez alguma asneira na vida. Mas como você está na tv, não pode, tem que ser exemplar.
Logo, quem mostra menos seus defeitos, ganha o público e leva fácil fácil 1 milhão e 500 mil reais, livres de impostos. Isso sim é ser bem pago para jogar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário