22 de fevereiro de 2010

Namoros, paqueras, flertes e afins dos (pré)adolescentes por volta de 2010

Como professor, é comum que eu observe, minimamente, o comportamento dos meu alunos e ex-alunos no dia a dia, ou no pátio da escola, ou via Twitter e Orkut. Também é relativamente comum que eu pare e converse com eles e com elas sobre coisas do cotidiano.
Algo que me chama a atenção desde que comecei a dar aula é o modo como eles interagem com quem estão afim, ou gostam à distância, ou qualquer coisa parecida. Na verdade, acho que não podia esperar nada diferente mesmo: mensagens no celular, indiretas via Orkut - comunidades e frases na descrição - e no Twitter. Isso que não tenho absolutamente nenhum acesso ao msn, mas imagino que sejam ainda piores, já que pode-se trocar a cada minuto o próprio nome.
Apesar de achar bem interessante o tamanho do valor que eles dão ao mundo virtual ao invés do mundo real, porque adoram passar dias inteiros na internet e às vezes parecem preferir o contato virtual ao pessoal, volta e meia me lembro da minha adolescência, e comento com meus colegas como a vida das pessoas nascidas lá pelos anos 70 e 80 (ou mais), era bem mais complicada nessas horas.
Pense: hoje qualquer um envia e recebe torpedos no próprio celular, recebe depoimentos ou mensagens no msn e consegue esconder de todo mundo, lê e apaga e pronto. Mais interessante do que isso, não tem aquela intromissão do pai ciumento.
Quantas vezes eu ou meus amigos não ensaiamos para ligar para a casa da menina que gostávamos. Demorava um bom tempo só para criarmos coragem. Ok, coragem criada, ligação feita, o pai dela atendia. A voz do sujeito já parecia com a de um demônio que ia te jogar nas trevas. Diga-se, era bem comum o coitado do pai levar uma desligada na cara - e do outro lado da linha uma pobre criatura de 12 ou 13 anos tremendo. Quando conseguia falar, tentava disfarçar o nervosismo, não gaguejar. Lá por 1997 celular não era para adolescentes. Também podia ser um maldito irmão mais velho ciumento que podia te encontrar na escola e te olhar como se fosse te trucidar.
Orkut e Twitter não existiam e pouquíssimos amigos tinham e-mail, e menor ainda era o número dos que tinham icq (nem msn!).
Às vezes as meninas escreviam cartas, ou bilhetes que eram entregues entre as aulas, todas bem caprichadas e com uma letra toooda desenhada. Super emocionante receber uma delas!
Enfim, novos tempos, novas relações. Mas que a atualidade me parece mais fácil, parece.

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