16 de fevereiro de 2010

Sherlock Holmes, volume 1 - Um estudo em vermelho


Sherlock Holmes em: um estudo em vermelho - escrito por Sir Arthur Conan Doyle em algum ponto do século XIX. Existem diversas edições, mas acredito que a mais fácil de encontrar é da LPM, de 2008.

Para os que gostam de suspense policial, qualquer livro do Sherlock Holmes é obrigatório. Uma escrita fácil e muito detalhada, sem ser cansativa. A narrativa do Sir Arthur Conan Doyle é dinâmica, direta e muito eficiente. Mas que este livro tem de especial?

Em uma época na qual Holmes está novamente em evidência, graças à adaptação Guy Ritchie estrelada por Robert Downey Jr e Jude Law, vale muito à pena conhecer o personagem original. O destaque dessa obra é apresentar os personagens e suas características, assim como o início da relação entre Holmes e Watson. Interessante também que a narração de tudo sempre é do médico e ajudante do detetive.

Watson se apresenta como doutor em Medicina pela Universidade de Londres e ex-participante da guerra no Afeganistão, a qual foi responsável por destruir sua saúde de vários modos possíveis. Quando voltou para a Inglaterra estava desabrigado e precisava de um lugar para morar e um amigo (e seu ex-auxiliar de enfermagem) o apresenta a Holmes, que passava pelo mesmo problema. Eis que os dois se gostam e acabam em Backer Street, 221B.

A imagem de Sherlock Holmes é construída de maneira interessante e curiosa por Watson, que o observa muito nos primeiros contatos e chega a fazer uma lista com as características do companheiro: bem mais de 1,80, extremamente magro, nariz fino, olhos penetrantes e queixo quadrado, com as mãos sempre manchadas de tinta, observador nato de todos os detalhes possíveis. Alguns dias acorda antes das 10h e saí de casa, ou passa o dia todo trancado em seu laboratório químico na maior agitação. Em outras ocasiões, passa dias largado no sofá sem dizer nada, com ar depressivo. Não sabe absolutamente nada sobre literatura, filosofia, astronomia e mal sabe alguma coisa sobre política. Entende de botânica alucinógena e alguma coisa de geologia, conhece as leis inglesas muito bem, tem grandes conhecimentos em química, anatomia e literatura sensacionalista, além de fumar, tocar violino muito bem e ser ótimo praticante de bastão, box e espada. Junto com tudo isso, sua cordialidade. Esse é o Sherlock Holmes original.

A história do livro é simples: um assassinato que a polícia não consegue desvendar, Holmes e Watson rastreiam pistas (ou detalhes, minucias) deixadas pelo assassino até fecharem o caso. Dois pontos merecem destaque na obra: 1) Holmes sempre sabe o que aconteceu só de olhar, coisa que nem Watson, nem o leitor conseguem imaginar. Ele mostra o que sabe aos poucos e você (assim como o médico-ajudante) é levado pela curiosidade a segui-lo até que sejam juntados todos os fragmentos da ação criminosa. Nessas horas, ser curioso é um baita problema: vem a vontade de passar rápido lá pro fim do livro, na explicação final e pronto. Mas as coisas não são tão fáceis, sir Arthur Cona Doyle não permite. Ele amarra a trama de uma maneira que você não consegue sair; 2) Dentro do livro há quase outro livro. Abre-se uma lacuna explicativa muito detalhada que mostra toda uma história aparentemente desligada da história principal. Quando você já está perdido e se perguntando se o autor estava bêbado, tudo começa a fazer todo o sentido do mundo. Quando vê, tudo está interligado, o crime resolvido e o livro acabado, muito bem fechado e explicado, sem dúvidas e sem nada mágico, tudo feito pela ciência e pela observação.

Um Estudo em Vermelho é o ponto de partida para todas as histórias de Holmes e Watson. Se não gostar do que leu aqui, nem pegue o resto. Em compensação, se gostar, vai ter um acervo literário extenso e muito divertido por um bom tempo.

Nota mental para postagens futuras: a adaptação de Guy Ritchie (muito boa, diga-se!) e a influência que Holmes teve na construção do personagem House.

2 comentários:

  1. 1) Viciou no Blog... quero ver daqui há duas semanas vc sem paciência.
    2) seus posts me dão preguiça, hahahaha. Muito longo.
    3) O livro é bacana, mas o sherlock não me prende, gosto do personagem, mas as histórias não muito.
    4) o filme é mesmo legal.


    Beijos

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  2. Bem, como fã dos Sherlocks da vida (personagem do livro, do filme e do House :P) eu só posso gostar do texto!
    Continua muito boa a resenha!

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