4 de março de 2010

A rivalidade e o respeito


Domingo tem mais um Atletiba. Normalmente um jogo bem interessante, corrido, marcado e "cheio de fortes emoções", para usar uma expressão pra lá de batida na crônica esportiva. Isso sem falar na entrada em campo e na agitação nas arquibancadas.
Ok, mas a ideia aqui não é falar sobre o jogo, ou sua história, em si, e sim sobre a questão do respeito que normalmente falta dentro do estádio e em alguns lugares públicos. Particularmente, já acho lamentável toda e qualquer cena de violência entre torcidas que ocorra dentro do estádio, nos arredores deste, em terminais, nos bairros, enfim, onde quer que seja. Mas o que me indigna um pouco mais é quando a falta de noção e o fanatismo de alguns entra de cabeça no mundo virtual.
Como assim? Simples. Eu, Henrique, torço para o Coritiba. Independente disso, tenho vários amigos e conhecidos que torcem para o Atlético e isso não muda nem um pouco meu juízo ou minha amizade com eles. Em respeito a esses amigos, jamais eu me refiro de modo agressivo à torcida do Atlético ou ao seu estádio. Acho isso realmente desnecessário e imbecil.
Se eu venho aqui, ou vou ao Orkut, ou ao Twitter e me faço referências como "os porcos", "a porcarada", "aquela cambada de filhos da puta", "os poodles" ou qualquer outra coisa do nível, eu vejo sim como um desrespeito aos meus amigos. Ainda há generalizações como "torcida de maloqueiros", "bando de vândalos", etc, também lamentáveis. Da mesma forma, não sou a favor de me referir de maneira pejorativa ao estádio do Atlético, principalmente porque vários dos meus amigos se referem à Baixada como "nossa casa", ou "nosso estádio". Caramba, se o cara chama de "nosso", ou "meu", não sou eu que vou chamar de chiqueiro, puteiro ou qualquer outra coisa - até porque meu amigo não é porco ou não mora em uma zona.
Pior do que isso, são as desculpas, ou senso comum: "ah, eu chamo a torcida deles de filho da puta, mas não incluo meus amigos". Isso é bobagem. Quando se escreve alguma coisa e quer apontar uma excessão, deve-se nomeá-la. Se um amigo meu se refere à torcida do Coritiba com qualquer termo dos já citados, eu me incluo, óbvio, sou parte da torcida, então me xingou também. E se o sujeito fizer uma lista de excessões, é bem bom que me inclua.
Normalmente as pessoas falam ou escrevem sem pensar mesmo, ou porque não param para refletir sobre as próprias ideias, ou porque tem muitos amigos que torcem para o mesmo time e acham engraçado, ou porque o fanatismo as torna cegas e imbecis mesmo (nesse ponto sou bem radical - nenhum tipo de fanatismo - futebolístico, político, religioso, etc - faz bem. Normalmente chama a intolerância e fanático não consegue ler a realidade além do que acredita ser verdade). Já é um absurdo que duas torcidas que proporcinam um baita espetáculo visual percam tempo compondo músicas ofensivas umas para as outras, mas isso, infelizmente, não tem mais como evitar. Mas quando o desrespeito vira ponto comum fora do estádio, em questões bobas, do cotidiano, alguma coisa deve ser repensada.

3 comentários:

  1. Obrigada ^^
    Agradeço imenso =D

    Também gosto muito do seu.

    Beijos

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  2. Sabe que concordo com vc. Eu tb não xingo a torcida pq tenho amigos nela... =)

    Xingo o juiz e os jogadores.. mas pq faz parte! haha

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  3. E é por isso que só discuto futebol com vc e mais um ou dois amigos que também pensam assim...

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