12 de julho de 2010

Pecados Íntimos

Pecados Íntimos - EUA - 2007 - com Kate Winslet, Patrick Wilson, Sadie Goldstein, Ty Simpkins, Jennifer Connelly, Jackie Earle Haley.

Há tempos eu estava curioso para assistir esse filme. Desde que saiu, li vários artigos que elogiavam e alguns chegaram a compará-lo com o Beleza Americana, um dos meus preferidos. Passaram os anos, a curiosidade continuou, mas nunca havia parado para alugar ou comprar, então na semana passada assisti. Talvez minha expectativa sobre a trama tenha atrapalhado, mas não achei a história tão boa, tão consistente como parecia.
Tudo se passa em um subúrbio americano, local pacato, onde donas de casa levam suas crianças para brincar no parquinho. Nesse lugar comentam sobre a vida alheia e desenvolvem uma admiração por um determinado pai que leva seu filho para se divertir. Uma das donas de casa, aparentemente meio deslocada no grupo, aproxima-se do pai e conversam rapidamente, a partir de uma espécie de aposta entre as mulheres. Logo, suas crianças ficam amigas e eles passam a se encontrar no parque e na piscina pública, por causa da boa, e forçada, convivência das crianças.
Essa mulher, deslocada no grupo de donas de casa, e este homem, pai bonitão, têm em comum casamentos infelizes - por motivos diferentes, mas que geram nas duas personagens diversas dúvidas e frustrações. Rapidamente a aproximação entre os dois cresce e uma relação extra-conjugal tem início.
Paralelamente, e secundariamente, um pedófilo é solto e volta a morar na vizinhança; este, é vigiado incessantemente por um policial que não exerce mais sua profissão, por motivos que só são revelados no desenrolar dos fatos.
Acho que esse foi o maior problema: a história paralela não parece necessária, não parece diretamente ligada à principal. Enquanto o casal infiel se aproxima, conversa, transa (em cenas impróprias para menores), a história do pedófilo e do policial parecem esfriar o filme. Tudo que a primeira tem de chamativa e interessante, a segunda parece não ter um motivo de existir. 
Mesmo no final do filme, quando a situação toda está no ápice da tensão e da emoção, a segunda história não encaixa. Apesar do final interessante e provocativo - das duas tramas - fica uma sensação de que as coisas não se completaram. Poderiam ser dois filmes diferentes.
Acredito que esse problema - ou o que na minha visão foi um problema - não aconteça no livro. Normalmente os autores desenvolvem muito mais as questões, os dramas, enfim, tudo o que cerca cada personagem. Boas passagens do filme devem ficar espetaculares no papel, coisas que  nitidamente foram resumidas para entrarem no longa.
Outra coisa: a maldita mania de trocar títulos. O original, Little Children - Criancinhas, Pequenas Crianças - faz todo o sentido do mundo, envolve todos os personagens. A dona de casa e o homem, que se ligam primeiramente pelos filhos, o pedófilo - enfim, pedófilo - e o policial que vigia o pedófilo para garantir a segurança das famílias. "Pecados Íntimos" remete apenas ao casal, ou aos casais, excluindo o resto do universo do filme.
Destaque para a interpretação de Kate Winslet, muito muito boa, mesmo. Aliás, o elenco todo, muito bom.
Um filme que podia ser brilhante, genial, mas que é bom, apenas.

Imagem da capa do cartaz retirada de: http://www.cranik.com/images/pecadosintimos.jpg

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